domingo, 31 de maio de 2009

Recreation A/C



Esta sexta que passou, tive o melhor dia de trabalho desde que cheguei à Disney.

Tecnicamente seria o meu dia de folga, mas como o tuga está sempre à procura de horas-extra, assinei o turno da tarde de recreation A/C no Caribbean Beach Resort.
De inicio estava um bocado com receio pois nunca tinha conduzido um Pargo (carrinho de golf), mas era a parte que me motivava mais!

Entrei às 14h30 e saí eram 23h20! Durante esse período parei 15 minutos para a bucha!
O trabalho de A/C é basicamente alinhar as espreguiçadeiras que estão à beira da piscina, recolher todas as toalhas sujas, molhadas, abandonadas; colocar toalhas lavadas para os guests, apanhar o lixo do chão e dar assistência aos lifeguards. Como o Caribbean é um conjunto de 6 aglumerados de casas à volta de um lago bem grande, tive de fazer estas coisas em todas os aglumerados (estes têm nomes de ilhas do mar das Caraíbas) e depois a cada uma das praias destes.

Passei a tarde a andar de pargo para trás e para a frente! Também recolhi muita toalha, no minimo umas 1500, pois no final do dia conduzi o meu convoi exceptionnel com 5 carruagens de toalhas usadas, que foi claramente o auge do dia!

É um trabalho muito cansativo, pois andamos constantemente de um lado para o outro, mas somos nós que orientamos e gerimos o nosso tempo e temos muito mais interacção com os guest, pois como lifeguards é dois dedos de conversa e acabou!!!


quinta-feira, 14 de maio de 2009

44º dia na bolha da Disney

Sim estou a ficar maluco, ou então é a gripe suína que anda aí.

Hoje tive mais um dia incomensurávelmente espectacular.
Acordei às 5 da manha e fui apanhar o bus, melhor perder o bus. Haviam 3 na paragem e pensávamos (eu e o Barata) que seria o primeiro mas era o segundo. Quando denotámos tal facto já ele se estava a ir embora juntamente com o que o procede. Ou seja perdemos duplamente a hipótese de chegar mais do que a tempo ao In-Service. Apanhamos então o seguinte. Fizemos o clock-in a tempo, faltavam 6 minutos para as 7 da manhã. Como o In-Service não era no POP Century, era no Caribbean Beach, tivemos que apanhar outro autocarro. Este só saiu às 7 e quando nos deixou no Resort fomos a correr até à piscina do Old Port Royale Chegamos eram 7:06. E como estamos nos USA e não em Portugal, só ouvimos: "Desculpem rapazes, passam 6 minutos das 7 e estão atrasados. Já não podem fazer o In-Service, terão um ponto de penalização e tentem encontrar um In-service novo noutro sitio." Tudo isto dito em inglês e com o Disney Smile (do sorriso que temos sempre de ter) na cara da coordenadora. Confesso que ao inicio pensei que estivesse a brincar, pois os outros lifeguards estavam todos ainda de casaco e mochila às costas. Mas não, era mesmo a sério. Sem combinarmos nada eu e o Barata desatamos a rir! Dizem que rir é o melhor remédio e neste caso foi! Ficaram todos a olhar para nós e certamente a pensar coisas diversas dos tugas!

No meio disto tudo acabei por me levatar da cama às 5 da manha mesmo só por desporto, pois se tivesse ficado na cama aconteceria-me o mesmo e o mais engraçado é que hoje foi o meu dia de folga, ou seja, só tinha mesmo o In-Service. Mas felizemente a nossa Manager tirou-nos o ponto pois foi a primeira vez que chegamos atrasados desde que cá estamos.

Assim aproveitei para tomar banho, devolver o meu fato de Lifeguard. Como já estava no POP tirei umas fotos ao resort para não ter de lá voltar num dia de folga. Vi umas partes novas que nunca tinha por lá passado.
De seguida fui ao EPCOT, parque temático da Disney onde estão representadoa laguns países e Portugal não é um deles. Para compensar isto, vi a primeira camisola de um clube português (à excepção da do Rio Ave do tão aclamado jogador TARANTINI) e sabem qual era?! BENFICA!!!
Melhor, BENFICA, 10 AIMAR! SHOW!!!!!
Obviamente seria tema de conversa de dias inteiros com o portador da camisola acompanhado de uns tremoços e de umas minis, mas como não há nada disso aqui, segui a minha viagem para ir cortar o cabelo que se fazia tarde.

O corte de cabelo foi uma bela expêriencia. Francamente habituado à minha cabeleireira profissional e pessoal (a minha irmã predileta) que me faz sempre belos e espetaculares cortes de cabelo, sempre de acordo com as últimas modas, aqui foi um pouco diferente. Em menos de 4 minutos tive o meu cabelo cortado e pronto a crescer de novo! Que espetáculo! Só ouvia o zumbido do cortador de relva a passar a grande velocidade junto das minhas orelhas! Agora posso dizer que tenho um cabelo de acordo com o Disney Look !!!

Fotos - Já disponíveis

A partir de hoje e quiçá para todo o sempre, encontram-se disponíveis fotos do meu sonho (ou não) americano, ou seja da minha estadia pelos Estados Unidos da América.

Podem consultar as fotos, em http://picasaweb.google.com/reisferraz.ubi . Unicamente as melhores fotos serão colocadas, pois eu só tiro boas fotos e com gente de bem. Por acaso se houver alguma menos bem conseguida foi a máquina ou o/a modelo.

sábado, 9 de maio de 2009

Condução

Um dos vários autocarros ao serviço da Disney que nos transportam para o local de trabalho. Todos eles são operados pela American Coach.


Quem diz que em Portugal se conduz mal é porque nunca veio até Orlando.
Aqui é nem a lei do mais forte se aplica. É claramente uma situação de Grandes Espaços, onde não há limites e é cada um por si. Ultrapassagens pela direita é uma coisa tão banal como os carros terem rodas, os traços contínuos nem sei para que existem, pois todos passam por cima deles como se nada fosse. Quando estava a ir para o trabalho, o trânsito estava parado por causa de um acidente e qual não é o meu espanto quando começo a ver os condutores a passarem para a faixo do sentido oposto pelo meio da vala de separação (nas estradas da Disney os sentidos opostos estão separados por uma vala com relva, um pouco ao estilo da A2). Aqui só vi ainda uma regra que todos respeitam, parar quando o semáforo apresenta a cor vermelha.
Termino com a melhor história que tenho até hoje no trânsito de cá. Um certo dia fui com o David (português de Porto de Mós) a uma festa oferecida pela Disney Housing Operations (Departamento que cuida das casas) e no regresso à nossa residência um jovem qualquer que se julgava com piada começou a berrar dizendo que estava a haver sex na parte de trás do autocarro. Nesse momento íamos nós na Interstate 4, que é uma das autoroutes de cá com 4 faixas para cada lado. Então o senhor motorista abrandou o autocarro, acende as luzes e trava, imobilizando o autocarro. Até aqui tudo muito bem, mas o caricato é que estavamos na terceira faixa , ou seja a segunda à esquerda! Enquanto o motorista falava com o rapazinho eu só via camiões, carros e SUV's a passar a grande velocidade pelos dois lados do bus! Isto demoriu uns 3 ou 4 minutos e nada aconteceu, ninguém bateu no bus e ninguém apitou!!!
Estão a ver isto a acontecer na A1?!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

LIFEGUARD


Lifeguard é a função que desempenho, ou como se diz por cá, é o meu "role".

Actualmente trabalho em dois locais, o Pop Century Resort e o Caribbean Beach Resort. Ambos são resorts da disney. O Pop Century é um resort value e segundo dizem é o mais barato da disney. O Caribbean Beach já é outro nível é para quem quer gastar uns dolares.

Para ser Lifeguard temos de realizar e passar uns testes, testes do "físico" claro.
Quando fiz os meus, foi no dia mais frio que esteve em Orlando desde que cá estou. Até o homem da Ellis (empresa que nos deu a formação) estava admirado. Mas todos nós tivemos uma grande surpresa quando saltamos para dentro de água pois esta estava bem quente!

Os testes consistiram em:
  • Nadar 200 jardas, sem estilo obrigatório e sem tempo mínimo;
  • Retirar um tijolo de aproximadamente 4 kg do fundo da piscina (2,5 metros);
  • Ficar durante 2 minutos com as mãos e a cabeça fora de água, utilizando só as pernas para nos mantermos à superficie.
Aparentemente são todos fáceis de realizar, mas quando são feitos de seguida e sem descanso é um bocado complexo. O primeiro faz-se bem, desde que se esteja habituado a nadar. O segundo foi o que senti mais dificuldade, pois a descida teve de ser realizada sempre com os pés à frente, ou seja, não pude mergulhar. Tive de expirar todo o ar e com o auxilio dos membros superiores chegar ao fundo da piscina. O terceiro também não é muito fácil, especialmente se não tivermos realizado uns testes primeiro. Este teste decide se seremos Lifeguards de águas profundas ou de águas pouco profundas. A diferença entre estes dois tipos de águas reflecte-se no final de cada semana de trabalho, com os lifeguards deep water a ganharem mais um dólar por hora.

Depois destes testes e de ter passados em todos, tive formação, também ela dada pelas Ellis.
A formação consistiu em nos explicarem a postura que um lifeguard deve apresentar, as maneiras de desempenhar a função, tais como:
  • maneiras de fazer "scanner" à agua;
  • detectar possiveis guests (clientes) que não saibam nadar;
  • procedimentos a realizar em caso de emergência;
  • comunicação entre lifeguards;
  • identificar o estado em que um guest possa estar em caso de afogamento;
  • que linguagem utilizar para com um guest;
Executamos exercícios de salvamento que ocorreram tanto em águas fundas como em pouco profundas e variaram entre clientes conscientes, inconscientes e com lesões na coluna. Um pouco de tudo, para ficarmos com as noções básicas de como funciona os salvamentos. Depois com os In Service, que são 4 horas mensais de treino obrigatórias nos resorts onde trabalhamos, vamos melhorando e adaptamo-nos ao local onde trabalhamos bem como aos lifeguards que já por lá trabalham.

Tivemos também técnicas de reanimação em bebés, crianças e adultos. Estas achei bastante interessante, pois nunca se sabe quando serão úteis. Obviamente todos esperamos que nunca as tenhamos de usar, pois se as usarmos, ou foi descuido nosso a fazer scanner à água ou então porque algo de grave se está a passar com o guest.

No final do último dia de formação realizamos um teste de escolha multipla com 60 perguntas. este é a prova final que teremos de passar para ser lifeguard. Errei 4 perguntas o que me habilitou logo a ser lifeguard, pois já tinha passado anteriormentes nos teste de animação de bébes, crianças e adultos. Só tive um reparo na reanimação da criança porque me esqueci logo de colocar as luvas.

Agora que já passou um mês desde que cheguei e umas 3 semanas desde que trabalho como lifeguard, confesso que estava à espera que fosse uma experiencia mais soft. A todas as pessoas a quem eu disse que tentaria ser lifeguard me disseram ou pelo menos pensaram: este gajo vai para lá ver umas gajas boas de biquini, andar na piscina, apanhar sol e ainda lhe pagam!!! Pois é mais ou menos isto e não é! Como o Zé costuma dizer: é e não é! Sim vejo muita gente de biquini, mas acreditem que a quantidade não é sinónimo de qualidade e não foi preciso ter aulos de Gestão da Qualidade (juntamente com o Estrela, sim ele foi às aulas comigo) para saber isto. Estou na terra da fast food! Só entro na água quando alguém se estiver a afogar e o que até agora ainda não aconteceu com frequência, pois as piscinas são de pouco profundidade e os pais andam sempre com os pirralhos. Sol, sim apanho mesmo com muito, 10 horas por dia! E o melhor, sempre de polo vestido e metido para dentro dos calções, com uma bolsa de cintura que contém uma máscara de reanimação, duas toalhas, luvas descartáveis e bolas para trocar com os guests que tenham objectos não autorizados na piscina. A juntar a isto, juntem uma humidade elevadíssima, temperaturas sempre na casa dos 30 graus e um chão a ferver que praticamente queima os pés. Para além disto, somos avaliados tanto pela empresa que nos formou como pelos nossos managers. Normalmente estas avaliações consistem em detectar uma sombra no fundo da piscina chamada VAT (Visual Awareness Training). Esta sombra tem a forma de uma pessoa e temos 30 segundos para a visualizar e retirar da água. Se falharmos , penso que sejam, 2 VAT's seguidos deixamos de ser lifeguards e vamos para outra coisa, como servir comida nos restaurantes de fast food. É veridico porque já aconteceu. A isto tudo junta-se sempre a responsabilidade de estarem vidas em jogo, mesmo que seja na Disney, ou melhor na toda poderosa Disney! Já pensaram se alguém se afoga?! Penso nisto todos os dias!

Obviamente não é assim tao mau e não tem só desvantagens e pontos negativos. Não trabalhamos à noite, temos sempre 3 dias de folga, trabalhamos ao ar livre e dentro dos roles da Disney não recebemos mal. Mas para nos mantermos na linha e conseguirmos trabalhar as 10 horas sem adormecer (quem adormce é automáticamente enviado para casa, e não é a americana da disney) suportando o calor e malta chata, a vida social é praticamente inexistente. Desde que cá estou ainda só saí 2 vezes!

Estou a ficar velho e cansado!